sábado, 25 de abril de 2015

MISS MARPLE: CHÁ & BOLINHOS - VIVA A BISBILHOTICE!


Algumas das técnicas investigativas de Miss Marple


Joan Hickson como Miss Marple



BISBILHOTAR = INVESTIGAR?


Bisbilhotar é uma palavra feia. Mas o que fazem os grandes detetives, os renomados investigadores se não, quando diante de um caso, bisbilhotar por ai? Ah, não! – retrucariam alguns. O que eles fazem é investigar. Hum, entendo. Mas, qual é mesmo a diferença?

A aparentemente inocente, frágil e doce velhinha criada por Agatha Christie, Miss Jane Marple, não é uma policial ou detetive. No entanto, investigou e solucionou diversos crimes misteriosos, os quais nem mesmo a policia especializada conseguiu desvendar. E como é que ela consegue descobrir os fatos, obter as pistas e os dados necessários para resolver o mistério?
A própria Miss Marple nos dá uma pista em Convite para um homicídio:


Miss Marple esboçou um sorriso.
— O problema — disse ela — é que todas as mulheres de idade são bisbilhoteiras. Teria sido muito esquisito, e mais fácil de provocar desconfianças, se eu não metesse um pouco o nariz onde não sou chamada.
Perguntas sobre amigos comuns em outros países, e se a pessoa se lembra de fulano e de beltrano, e quem foi mesmo que se casou com a filha de lady qualquer coisa? E tudo isso ajuda, não?
— Ajuda? — perguntou o inspetor, sentindo-se não muito inteligente.
—Sim, ajuda a descobrir se as pessoas são o que dizem que são —explicou Miss Marple.


Qual é a resposta então? Bisbilhotando!

É assim que a senhora idosa faz suas investigações. Portanto, quero elevar aqui a palavra bisbilhotar a um nível mais alto e digno: o de sinônimo de investigar, quando se trata de uma pessoa amadora (não policial ou não detetive) com um intuito para o bem comum, no caso, solucionar um crime.

E quais seriam as técnicas que usa para bisbilhotar – quero dizer, para investigar? Selecionei algumas delas neste artigo.




A TÉCNICA ESPECIALIZADA DE MISS MARPLE



Os sobrolhos de Conway Jefferson tornaram-se ainda mais pesados. Murmurou incredulamente:
      — Intuição feminina — disse com ceticismo.
      — Não, ela diz que não; técnica especializada é a sua pretensão. 

(Um Corpo na Biblioteca)



1- INSTRUMENTO PRINCIPAL: BINÓCULOS



Angela Lansbury como Miss Marple

Praticamente todos os detetives famosos da literatura utilizam algum instrumento para auxiliá-lo durante suas investigações. O que dizer de Sherlock Holmes sem sua lupa? Ou de Hercule Poirot sem suas magníficas células cinzentas?

Miss Marple não poderia ficar de fora desse roll. E sem dúvidas seu instrumento marcante de auxilio investigativo são os seus famosos binóculos. Sob o pretexto de observar pássaros, a Miss Marple das primeiras estórias criadas por Agatha Christie estava sempre observando a vizinhança com um par de poderosos binóculos. E quantas informações úteis obteve através deles!

Miss Marple sempre vê tudo.  A jardinagem é um bom disfarce, e o hábito de observar passarinhos com binóculos de longo alcance sempre pode ser útil. 

(Assassinato na Casa do Pastor)


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De seu jardim, vantajosamente localizado, tão bem situado que permitia ver tudo que se passava em St. Mary Mead, muito pouco havia escapado  ao  seu  olho  observador! 
E com a ajuda do binóculo de pássaros (interessar-se por passarinhos era tão útil!) tinha conseguido ver — aqui ela deixou que seus pensamentos voltassem ao passado —  Ann  Protheroe com um  vestido de verão indo para  o  jardim  da  paróquia. 

(A Maldição do Espelho)




2- BISBILHOTICE IN LOCO:



Julia McKenzie como Miss Marple


Nem tudo dá para se avistar com binóculos. E a cena do crime constitui um elemento essencial para qualquer investigação – ou bisbilhotice, no caso de Miss Marple. Mas, não sendo ela uma autoridade policial, como poderá a velhinha chegar até lá? Ah, Miss Marple sempre arruma um jeito para tanto!

Seja se metendo diretamente na cena do crime, seja se metendo na casa dos suspeitos ou dos envolvidos, Miss Marple não apenas consegue bisbilhotar como os policiais, como ainda leva uma vantagem sobre eles. Ocorre que os policiais precisam se identificar. E a velhinha pode andar por lá, falar com pessoas, fazer perguntas, xeretar lugares sem levantar muitas suspeitas!

Abruptamente, ele disse:
— A senhora não deveria estar aqui.

As agulhas pararam de girar por um instante. Os olhos plácidos e límpidos de Miss Marple fixaram-se nele, pensativos.

— Eu sei o que o senhor quer dizer — disse ela. — O senhor é um rapaz muito sensato. Mas não há problema algum. O pai de Bunch (foi o pastor de nossa paróquia, um homem muito erudito) e a sua mãe (uma mulher realmente impressionante de muita força espiritual) são velhos amigos meus. E a coisa mais natural do mundo que eu, estando em Medenham, venha passar uns dias com ela. 

(Convite para um Homicídio)


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— Pode deixar que eu descubro — disse, gentilmente, Miss Marple.
— Pelo amor de Deus, Miss Marple, não vá...
— Vai ser muito simples, inspetor, não precisa se preocupar. E não vai chamar a atenção de ninguém, o senhor sabe, já que não será oficial. Se houver alguma coisa de errado com eles, não seria bom alertá-los, não é mesmo? 

(Convite para um Homicídio)




3- A ARTE DA REPRESENTAÇÃO PARA DISFARCES:



Geraldine McEwan como Miss Marple



A) SE FAZER DE VELHOTA MEIO TOLA E DESASTRADA:


Uma senhora idosa de ar distraído, com o pensamento distante em memórias remotas, esquecida e andando com certa dificuldade devido à idade avançada, de mãos trêmulas, totalmente desastrada: que suspeitas poderia um ser tão frágil e inocente levantar?

Miss Marple se utiliza da representação de uma senhora idosa típica, com suas dificuldades em função da idade, para bisbilhotar mais à vontade.

Deixando deliberadamente as luvas sobre a mesa, levantou-se e foi até  à  caixa,  tomando  o  caminho  que  passava  perto  da  mesa  de  Lady Sedgwick.  Depois  de  pagar  a  conta.  "descobriu"  a  falta  das  luvas  e voltou  para  apanhá-las,  deixando,  por  infelicidade,  cair  a  bolsa  no caminho de retorno. A bolsa abriu-se e espalhou pelo chão um monte de  bugigangas.  

Uma  garçonete  apressou-se  a  ajudá-la  a  apanhar  os objetos  caídos,  e  Miss  Marple  viu-se  forçada  a  simular  grandes tremuras, derrubando moedas e chaves pela segunda vez.

Não conseguiu muito com esses subterfúgios, mas não foram eles inteiramente inúteis; e o interessante é que nenhum dos dois alvos da sua  curiosidade  dedicou  sequer  um  olhar  à  desastrada  velhota  que estava sempre a derrubar coisas. 

(O Caso do Hotel Bertram)




B) FINGIR-SE DE FRÁGIL E MEDROSA


Uma velhota gentil, doce, e um pouco medrosa. Que suspeitas poderia um ser tão frágil e inocente levantar?

A velhinha revelou-se encantadora, com seus modos gentis e sua amena bisbilhotice. Logo de saída, mostrou que era uma dessas velhas senhoras sempre preocupadas com ladrões. (Convite para um Homicídio).




C) AGIR COMO UMA TÍPICA VELHOTA


Uma velhinha de cabelos brancos e bochechas rosadas, embrulhada em manto de lã bem fofoinho, ou em um casaquinho totalmente fora de moda, indo tomar um chá para se aquecer: não é uma coisinha adorável? E absolutamente normal, nada suspeito? Miss Marple aproveita toda e qualquer oportunidade para agir como uma simpática e inocente velhinha, acima de qualquer suspeita, sempre visando a obter alguma informação importante, isto é, bisbilhotar!

Miss Marple avistou, com o canto do olho, a srta. Dora Bunner entrando no Bluebird. Imediatamente, decidiu que nada seria melhor para cortar o vento frio da manhã do que uma boa xícara de café. 

(Convite para um Homicídio).




4- A ARTE DA LINGUÍSTICA PARA BISBILHOTICE:



Geraldine McEwan como Miss Marple




A) PUXAR UM ASSUNTO INOCENTE



Partindo da premissa de que toda velhota tende a ser demasiado curiosa a respeito da vida dos outros,  Miss Marple se aproveita para levantar assuntos e fazer perguntas sobre as coisas mais pessoais ou improváveis, do modo mais inofensivo possível, sem com isso despertar a desconfiança das pessoas.

— A senhora fez aquilo de propósito? — perguntou Bunch, enquanto ela e Miss Marple voltavam para casa. — Puxar o assunto das fotografias?

— Ora, meu bem, não deixa de ser interessante saber que a srta. Blacklock não conhecia qualquer dos seus dois jovens parentes de vista... É... acho que o inspetor Craddock vai gostar de saber disso. 

(Convite para um Homicídio).




B) ANUIÇÃO E EMPATIA



Sempre muito doce e simpática, Miss Marple procura anuir empaticamente para uma pessoa na qual percebe o desejo de falar. Concordando com a pessoa e deixando-a bem à vontade, ela solta a língua, e acaba revelando fatos valiosos para as investigações de Miss Marple.

Miss Marple demorou a encontrar um comentário adequado. — Deve ser mesmo um problema e tanto para a senhora — disse, esforçando-se para ser simpática. 
(Convite para um Homicídio)


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Ah, os bons tempos, há tantos anos... Ela era tão bonita, e gostava tanto da vida... uma coisa tão triste... Sem ter a menor ideia do que seria tão triste assim, Miss Marple também suspirou e sacudiu a cabeça.
— A vida é muito dura — murmurou. 

(Convite para um Homicídio)




5- BISBILHOTICE JUNTO ÀS AUTORIDADES




Geraldine McEwan como Miss Marple


Nem sempre, ou até quase sempre, as autoridades policiais não se mostram muito simpáticos às bisbilhotices de Miss Marple. Às vezes, chegam mesmo a se aborrecer com a constante presença da velhinha no local onde o crime ocorreu, bisbilhotando aqui e ali, seja porque se preocupam com a senhora idosa, seja porque se incomodam mesmo com a presença daquela que eles julgam não passar de uma velhota enxerida.

Isto no caso da autoridade policial em questão não conhecer a verdadeira Miss Marple e suas façanhas. No entanto, há autoidades que tiveram a oportunidade de lidar com Miss Marple e, portanto, sabem muito bem do que a velhinha é capaz, respeitando-a imensamente! Em qualquer um dos casos, a esperta velhinha sempre arranja um jeito de conseguir das autoridades exatamente aquilo que deseja saber.


— Mas, como posso eu saber o que aconteceu? Li o que saiu nos jornais... mas era tão pouco... Posso fazer conjeturas, mas não tenho informações completas.

— George — disse sir Henry —, seria muito irregular se permitíssemos a Miss Marple ler o relatório das entrevistas feitas por Craddock com o pessoal de Chipping Cleghorn?

— Talvez seja irregular — disse Rydesdale —, mas não foi sendo muito ortodoxo que cheguei aonde estou. Ela pode ler tudo. Estou curioso para ouvir a sua opinião. Miss Marple estava encabulada. 

(Convite para um Homicídio)


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Através desses estratagemas nada convencionais, Miss Marple consegue realizar suas investigações e obter os dados necessários para desvendar os mistérios nos quais se envolve. Muitos deles são pura arte de teatralização, como sabemos. Porem, no fundo, Miss Marple possui mesmo um pouquinho de tudo isso, algumas coisas mais, algumas outras, menos, pois, no final das contas, Miss Marple é de fato uma velhota solteirona! 



sábado, 18 de abril de 2015

AGATHA & TURISMO - Lugares reais que inspiraram Agatha Christie em seus livros

Alguns dos lugares reais onde Agatha Christie ambientou suas obras



Torquay, ao Sul de Devon, Inglaterra


Agatha Christie viajou bastante pelo mundo em sua vida, conheceu muitas pessoas e lugares, os quais também serviram para alimentar sua imaginação na ambientação de suas estórias. 

Porém, a região onde nasceu e onde viveu nos primeiros anos de sua vida, Devon, no Sul da Inglaterra, e em especial sua cidade natal, Torquay, também permeiam muitos de seus livros. Seus vilarejos, construções, casas, hotéis, etc.  aparecem representados em diversas de suas obras, ora com os nomes trocados, ora em evidentes referências. 

Aqui estão alguns desses lugares:




* TORQUAY em Devon, Inglaterra



Marina de Torquay, em Devon.


Torquay, na Riviera Inglesa, é o local onde Agatha Christie nasceu. A cidade aparece em várias obras, através de referências diretas ou de pontos específicos dela.


- Em A Casa do Penhasco, o Magestic Hotel localiza-se na cidade fictícia de St. Loo, que é uma clara referência a Torquay.  

Também a própria casa do penhasco, a Rock House, que se localizava no Rock End, é uma clara referência à Baía de Torquay.



Torquay antiga


- A localidade de Broadhinny onde é ambientado A Morte da Sra. McGinty, localiza-se na estória em algum lugar de South Devon, a mesma região onde fica Torquay. Por esse motivo, acredita-se também que a  localidade de Cullenquay que aparece no livro seria a própria cidade de Torquay.

- Em Portal do Destino, Torquay muda de nome e chama-se Hollowquay.

- Porém, a mais ilustre referência a Torquay não ocorre diretamente, mas relaciona-se com a inspiração que iluminou Agatha Christie para criar Hercule Poirot. O detetive belga foi inspirado nos refugiados daquele país por ocasião da 1ª Guerra Mundial, os quais haviam se estabelecido em Torquay.



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* CAVERNA KENTS, TORQUAY



Caverna Kents, em Torquay


Frederick Miller, o pai de Agatha Christie, fazia parte da Sociedade de História Natural de Torquay, a qual financiava as escavações na Caverna Kents, situada no local.


Em O Homem do Terno Marrom aparece a Caverna Hampsley, em uma clara alusão a Caverna Kents.  




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* ASHFIELD



A jovem Agatha defronte à sua casa Ashfield

Em Portal do Destin,  Ashfield, a casa onde Agatha Christie morou durante sua infância,  é representada pela casa da estória denominada The Laurels.

Consegui encontrar uma foto antiga e em preto e branco da casa da infância de Agatha Christie, Ashfield. Veja no artigo em homenagem à casa em: http://agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2014/01/agatha-torquay-azul-e-o-ceu-sobre.html




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* O CAMPO DE GOLFE DE TORQUAY



Campo de golfe de Torquay


Agatha Christie, assim como seu primeiro marido, Archibald Christie, era uma grande entusiasta do golfe, e o campo de golfe de Torquay aparece em algumas de suas obras.

* Em Por que não pediram a Evans?, os campos de golfe e as colinas que aparecem no livro são referências ao campo de golfe de Troquay.

* Outra óbvia inspiração nos campos de golfe de Troquay é Assassinatono Campo de Golfe.



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* PRINCESS GARDEN, TORQUAY




Princess Garden (Jardim da Princesa), em Torquay

O belo jardim em estilo clássico vitoriano, inaugurado em 1894, aparece claramente em Os Crimes A B C, quando Alexander Curt o atravessa para ler o jornal.



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* HOTEL IMPERIAL DE TORQUAY



Hotel Imperial, Torquay


O Hotel Imperial de Torquay teve várias menções na obra de Agatha Christie.

- Em Um Caso Adormecido,  o hotel aparece como sendo ele mesmo.

- Em Um Corpo na Biblioteca, seu nome foi trocado para Magistic Hotel, e foi localizado na cidade de Danemouth, em Glenshire.

- Em A Casa do Penhasco, novamente ele figura com o nome de Magistic Hotel, localizando-se agora na cidade fictícia de St.Loo.



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* GRENNWAY – a casa de verão de Agatha Christie



Greenway, casa de verão de Agatha Christie


Figurando em diversas obras está a belíssima casa de verão de Agatha Christie, Greenway, às margens do Rio Dartmouth, a qual eu não me canso de admirar – e a qual você pode fazer uma agradável visita virtual pelos cômodos e jardins através de lindas fotos recentes, após a restauração, em http://agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2014/03/agatha-torquay-greenway-casa-de-agatha.html


- Em Punição para a Inocência, Greenway está representada pela Sunny Point House. Até mesmo o sinete que está em Greenway e que era utilizado para chamar a barca para o Rio Dartmouth, o Greenway Quail Bell, aparece no livro, sendo que o nome do rio foi trocado para Drymouth.

- Em A Extravagância do Morto encontramos várias referências a Greenway. 

Primeiro, a casa de verão da estória, Nasse House, seria inspirada na própria Greenway. 

Segundo, o albergue para jovens do livro, o Maypool Youth Hostel representa o verdadeiro Hoodown Yoouth Hostel

Terceiro, o vilarejo chamado Nassecombe, nas proximidades da Nasse House da estória, seria inspirado no vilarejo de Galpton, nas proximidades de Greenway. 

Quarto, a localidade de Brixham, onde se situa Greenway, na estória teve o nome trocado para o bem parecido Brixwell.

-  Em Os Cinco Porquinhos, Greenway aparece como a casa de Amyas Clrale, que foi assassinado na estória.



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* ILHA DE BURGH



Ilha de Burgh, Devon

A Ilha de Burgh é uma pequena ilha de maré que fica na costa de South Devon, no vilarejo chamado Bigbury-on-Sea. Ela só é acessível a pé conforme a maré baixa e se pode caminhar por uma faixa de terra. Do contrário, um trator faz o transporte das pessoas até a ilha, ou, se for o caso, um barco.

- Em O Caso dos Dez Negrinhos, a Ilha de Burgh é claramente representada pela sinistra Ilha do Soldado onde a estória acontece.

- Em Morte na Praia, a Smuggler’s Island do livro seria inspirada na Ilha de Burgh, sendo a Baía de Leathercombe da estória a Baía de Bigbury, onde se situa a ilha verdadeira.



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* DARTMOOR



Charneca de Dartmoor, Devon


Dartmoor é uma região de charneca, localizada na área central de Devon, que é o mesmo condado onde se localiza, mais ao Sul, a cidade de Torquay. Com 953 m2, Dartmoor é hoje um Parque Nacional.


Em Mistério em Sittaford, a vila de Sittaford, que só existe na estória, se localizaria na verdadeira Dartmoor.