sábado, 4 de julho de 2015

MISS MARPLE: CHÁ & BOLINHOS - MISS MARPLE TAMBÉM TEM UM PASSADO!


A menina Jane Marple, sua mãe, sua avó, seus tios e 

até mesmo um certo namoradinho...


Julia McKenzie como Miss Marple


Não adianta negar: todos temos um passado. E não é que nossa velhinha detetive, solteirona e religiosa, também o tem? Bem, Miss Marple sempre foi muito correta, e não há – até onde se sabe – nada demais em seu passado. Mas, como já a conhecemos bem velhinha, é sempre bom saber um pouco mais sobre sua vida pregressa.

Os dados não são muitos e estão espalhados pela obra de Agatha Christie, um pedacinho aqui, outro ali. Porém, é em O Caso do Hotel  Bertram que encontramos a maioria das informações sobre o passado de Miss Marple, uma vez que ela mesma se deixou levar pelos devaneios e pelas lembranças de uma outra vez, há décadas, quando lá se hospedou.


No artigo que publiquei há pouco tempo – O que mais sabemos da vida de Miss Marple? (http://agathachristieobraeautora.blogspot.com.br/2015/02/cha-e-bolinhos-com-miss-marple-o-que.html ), mencionei fatos sobre seus estudos e as matérias que cursou, suas colegas de escola, sua viagem pela Europa quando mocinha, visitando a França, e a forma como foi educada – de acordo com a época, todavia, antiquada para os dias atuais – pelo que uma moça de família não trabalhava e crescia para formar família.

No artigo de hoje, apresentarei outros dados sobre o passado de Miss Marple, conforme suas lembranças e em suas próprias palavras. Afinal, quem melhor do que ela mesma para nos contar, do seu jeitinho todo fofo e especial, sobre as pessoas e as coisas?



LEMBRANÇAS  DO  TIO  THOMAS   E  DA  TIA   HELEN



Joan Hickson como Miss Marple


—  Hotel  Bertram's?  O  nome  era  vagamente  familiar.  As  palavras acorreram em tropel a Miss Marple:
—  Eu  me  hospedei  lá  uma  vez  —  quando  tinha  quatorze  anos. Com meu tio e minha tia, tio Thomas, que era então Cônego de Ely. E nunca me esqueci de lá.

(...) Em  tempos  passados,  Army  &  Stores  era  o  ponto  predileto  da  tia de Miss Marple.  Claro que atualmente já não era a mesma coisa. Miss Marple  relembrou  tia  Helen  a  procurar  o  seu  caixeiro  predileto  na seção de secos e molhados, confortavelmente instalada numa cadeira, com a touca na cabeça e o que chamava de manto de "popelina preta" nos  ombros.  (O Caso do Hotel  Bertram)



MISS MARPLE JÁ FOI SÓ UMA MENININHA - 

DÁ  PRA  IMAGINAR?!



Margareth Rutherford como Miss Marple


A menina  Jane  impacientava-se  um  pouco  e  então  recebia  ordem  de  ir olhar a seção de artigos de vidros, para se distrair.
(...) E  depois  de passar  uma  agradável  manhã,  tia  Helen  dizia,  no  estilo  brincalhão daqueles  tempos:  "Será  que  a  menininha  quer  almoçar?"  Tomavam então o elevador para o quarto andar, almoçavam, terminando sempre por  um  sorvete  de  morango.  Por  fim,  compravam  meia  libra de chocolates ao creme de café, e iam para um matinê numa carruagem, daquelas de quatro rodas. (O Caso do Hotel  Bertram)



O  NAMORADINHO  DE  MISS  MARPLE


Geraldine McEwan como Miss Marple


Miss Marple gostava  de  ficar  sentada,  a  recordar. Singularmente,  aquilo  a  fazia reviver — Jane Marple, aquela garota em branco e rosa, tão inquieta... tão  tolinha,  em  muitas  coisas... E  quem  seria  aquele  rapaz  muito pouco  recomendável  que  se  chamava... 

Oh,  Senhor,  não  conseguia lembrar-se  do  nome  dele...  E,  muito  sensatamente,  a  mãe  da  garota resolvera  cortar  aquela  amizade  em  botão.  Anos  depois  ela  o encontrara  —  e,  com  efeito,  tivera  uma  impressão  horrível.  Mas  na ocasião adormecera chorando durante pelo menos uma semana! (O Caso do Hotel  Bertram)



AS TOUCAS DA AVÓ DE MISS MARPLE 

– E A FAMOSA MENÇÃO A SUA MÃE


Angela Lansbury como Miss Marple


—  Lembro-me  —  disse  Miss  Marple  afastando-se  do  seu  tema
principal  de  maneira característica — lembro-me de uma viagem que fiz a Paris, com minha mãe e minha avó, e de que fomos tomar chá no Hotel  Elysée.  E minha avó, olhando em volta, disse de  repente: "Clara,  creio  que  sou  a  única  mulher  aqui  que  está  de  touca!" E era mesmo! 

Quando chegamos  em  casa,  ela  embrulhou  todas  as  suas
toucas e suas capas enfeitadas de contas, e mandou tudo...
— Para um bazar de caridade? — perguntou Papai com simpatia.
—  Não.  Ninguém  quereria  aquilo  nem  num  bazar  de  caridade.

Mandou  tudo  para  uma  companhia  teatral,  onde  o  presente  foi apreciadíssimo. (O Caso do Hotel  Bertram)



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